sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Peter Hook colabora no novo projecto dos Loto

Peter Hook, Foto DR
Peter Hook, baixista dos New Order, participou com os Loto no seu novo álbum, “Beat Riot.” O som indiscutível do seu baixo pode ser ouvido na música “Cuckoo Plan.”

Ricardo, vocalista dos Loto, descreve a experiência. “Colaborar com um herói de infância, começou por ser uma tremenda excitação, um quase não acreditar que seria possível que estivéssemos ali a ouvir o baixo que fez parte da nossa banda sonora de sempre, junto com a nossa música”.

“A excitação deu lugar a um quase sentido de responsabilidade de fazermos parte de um grupo restrito de bandas com quem ele já colaborou.” O vocalista acrescenta ainda que dificilmente se esquecerá deste momento.

Ricardo salientou o orgulho que sentiu pela oportunidade que a sua banda teve de ouvir a sua música juntamente com um dos maiores ícones do panorama musical. “Como portugueses, aqui tão longe da movida música mundial, deixou-nos bastante orgulhosos.”

Para além da colaboração de Peter Hook, “Beat Riot” conta ainda com a participação de Del Marquis, guitarrista dos Scissor Sisters.



Publicado em 20 de Agosto de 2013

Loto: “Tudo começou entre putos com muito tempo livre e vontade de sair de Alcobaça”

Foto: Loto
Depois do sucesso de “The Club” (2004), os Loto retornam à panorâmica da música nacional com o seu novo álbum, “Beat Riot”.

Os Loto despiram-se de preconceitos e deram a conhecer alguns pormenores sobre a sua formação. “Tudo começou entre putos com muito tempo livre e vontade de sair de Alcobaça” afirma Ricardo, vocalista da banda. Ainda sobre a formação deste projecto, Ricardo confessa que tinham cassetes dos Stone Roses e dos The Charlatans e que queriam fazer “uma banda Pop para dançar” como viam “as bandas inglesas a fazer.” O vocalista acrescenta ainda que só mais tarde é que descobriram que “os Ban e os Sétima Legião já tinham feito esse tipo de som em Portugal.”

Questionado sobre o porquê do nome “Loto”, Ricardo conta que fizeram “uma lista com 33 nomes” e ficou aquele que lhes “soava melhor.” O vocalista também salienta que sempre acharam “piada a palavras sem tradução, que fossem ditas da mesma maneira em qualquer parte do mundo.”

João Tiago, teclista, salienta a boa dinâmica de grupo dentro da banda. “Todos os dias estamos juntos e a banda funciona como o nosso emprego de sonho, onde trabalhamos mas divertimo-nos muito mais. Temos o nosso estúdio e esse espaço permite-nos estar juntos bastante tempo para desenvolver todo o trabalho dos Loto, seja a música, o design, os ensaios ou simplesmente aquele trabalho normal de secretária. Apoiamo-nos muito uns aos outros, e o facto de estarmos juntos há 10 anos em torno da música, faz com que a relação de trabalho se misture com a nossa amizade.”

Sempre com o olhar no futuro, João Tiago destaca a forte ambição dos Loto. “Queremos mais músicas, mais pessoas que nos ouçam, mais espectáculos, mais países onde tocar. Se possível, queremos viver a fazer música até ao final das nossas vidas.” O teclista deixa na ar a possibilidade de um “novo álbum talvez para o ano.”

A banda de Alcobaça está agora em tour para promover o seu mais recente LP. Para João Tiago “a continuação da tour “Beat Riot” é uma prioridade, uma forma dos Loto se promoverem em Portugal.” O teclista admitiu ainda que a banda planeia expandir a sua música além fronteiras.


Publicado em 25 de Agosto de 2013

sábado, 17 de novembro de 2007

XII

O que foste para mim?
Nada mais que a ilusão,
De um dia de sol, que nunca nasceu.

O que és para mim?
O fantasma de alguém,
Que em tempos conheci.

Quem foste para mim?
Ninguém, além da pessoa
Que te iludes ser.

Quem és para mim?
Apenas alguém, que o caminho
Não me soube dizer.

Quando foste para mim?
Nunca, é a resposta,
Que temia ouvir.

Quando és para mim?
Vazio de respostas,
É o que espero de ti.

Porque foste para mim?
Sim, não, ou talvez.
Nada te justifica, nada fala por ti.

Porque és para mim?
Porque nunca o foste,
Nem nunca o serás.

Como foste para mim?
Como não te imaginei ver,
Como alguém também não o foi.

Como és para mim?
Igual ao passado.
Presente do teu Eu, que perdeste em mim.

Elementos esquecidos de um futuro incerto.
Passado insignificante e indolor.
Presente perdido, jamais recuperado.
Tudo foste, e nada és.
O que serás? Não o sei.

Publicado em 6 de Agosto de 2013