Procuro pela minha paz numa luta intensa. Onde a vitória de algumas batalhas não serve para iluminar uma simples vela perdida num deserto de mágoas.
Há um ano atrás, enquanto ouvia o relato de um jogo de futebol entre o Vitória de Guimarães e o SL Benfica, presenciei, tal como muitos milhares de portugueses, o apagar de uma dessas velas. Miklos Féher (Miki) chegou ao fim da sua guerra que triunfalmente venceu enquanto concretizava o seu sonho. Sonho esse que desejou e onde nele pereceu.
Pergunto-me se para encontrar esta paz também terei que perecer no campo de batalha, enquanto olho em minha volta e sorrio com o meu último e derradeiro triunfo. A resposta a esta pergunta algum dia irei saber, mas, por enquanto, ela manter-se-á no ar.
Aquele 25 de Janeiro de 2004 fez-me despertar para a procura do propósito de aqui estarmos. Porquê tudo isto se, de um momento para o outro, a nossa luz se pode apagar sem que possamos fazer alguma coisa para o impedir?
A verdade é que nada podemos fazer. Apenas sabemos que algum propósito temos que ter. Por mais insignificante que ele seja. Mesmo que a longo prazo notemos que não o é, nem nunca o foi.
Temos que continuar a viver e, nesse mar de vida, temos que viver o sonho e navegar nele. Se naufragarmos, que seja pelo menos a bordo do sonho que comandou a nossa vida.
Publicado em 21 de Maio de 2013
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