domingo, 15 de novembro de 2009

XIX

Guardo em mim, segredos,
Revelados sob o teu olhar,
Certezas de um significado,
Impossível de aceitar.

Palavras indiscretas,
Sem um fundo de verdade.
Mesmo em mentes abertas,
Soam como erradas consequências,
Sem sentido, nem idade.

Guardo em mim, segredos,
Proibidos entre nós,
Caminhos já confirmados,
Por uma distância atroz.

Calo em mim, vozes,
Repetidas em protesto.
Impedidas de ouvir,
Sentimentos certos.

Guardamos nós, segredos,
Entre dias, horas, momentos,
Silêncios eternos daquilo que escondemos:
Duas palavras, um segredo,
Uma incerta constante,
Deste ténue caminho,
Assim, por nós escolhido.

Guardo em mim, segredos,
Por ti, já revelados.
Guardamos nós, incertezas,
Improváveis de se desvendar.
Se apenas sob o teu olhar,
Guardamos nós, assim,
Um momento, um dia, uma hora,
Que ainda está por passar.

Guardamos nós, segredos.

Publicado em 4 de Setembro de 2013