domingo, 13 de fevereiro de 2005

As palavras que nunca te direi

Imagem: Pia Carrot

Um bom filme na opinião de muitas pessoas que o viram, e um bom livro pelo que a minha mãe me disse. Mas não quero entrar em pormenores já que me é vaga a memória de o ter assistido. 

Ao entrar na página dos blogues da Sapo, ao tentar procurar inspiração, deparei-me com este título e fui explorar o blogue que lhe pertencia (deixo aqui o endereço para todos aqueles curiosos, http://micro.blogs.sapo.pt). O blogue, essencialmente, aborda aquele assunto que todos pensamos dominar e entender, mas que na verdade não fazemos a mínima ideia do que é quando nos sentimos dominados por ele. Estou claro a falar do amor. 

Apesar de estarmos nas proximidades desse dia terrível e incrivelmente fútil, o dia de S. Valentim, este artigo nada tem a ver com isso... Não, acabei de mentir, esse é um dos dias que eu mais odeio do ano todo, mas prefiro não entrar em pormenores. Contudo, esta época em que falsos sentimentos tendem a deturpar o significado do amor, fez-me pensar mais nesse tema e decidi tentar exprimi-lo. Também, qual seria o propósito de ter um blogue se não falasse do sentimento que tomou conta do meu ser?

Talvez me considerem um romântico sem ajuda (não era isto que queria dizer mas não consigo traduzir hopeless romantic) mas acredito mesmo que existe aí algures uma tal de person only for me e que eu sou esse tal para essa laranja que um dia irá rolar contra mim. 

Se acredito no destino? Em almas gémeas? No amor à primeira vista? Não sou capaz de responder a essas perguntas. Talvez sejam apenas mitos urbanos como a pomba que salvou uma aldeia de um terramoto, mas talvez acredite mesmo em alguns deles. Ou não teria esta esperança que talvez muitos considerem estúpida e insensata. Mas eu não quero saber o que esses pensam. Talvez apenas a inveja de não conseguirem ser tão abertos os faça agir assim e dar conselhos dessa natureza. 

Creio estar a virar-me demasiado para a controvérsia e a desviar-me do assunto, por isso vou retomá-lo. Eu próprio não sei descrever o "amor". Talvez seja tudo aquilo que o autor do blogue que visitei tenta transmitir. Ou talvez ainda algo mais. Ou até mesmo algo completamente diferente. 

Uma fantasia de criança, acreditar que existe alguém para cada um aí fora. É o que muitos pensam. Eu continuarei a dizer que estão errados pelo menos até ao dia em que destruírem toda a essência do meu ser.

Neste dia, que será amanhã, talvez devam reflectir antes de dizerem que amam alguém quando o que sentem não se aproxima nem de um mero "quero tanto estar perto de ti". Talvez sempre tenha desejado poder depender de alguém, ou ter alguém a depender de mim. Ou talvez nunca tenha sentido aquele carinho verdadeiro e aquele sentimento de segurança que tanto procuro, mas sei que um dia o terei , assim como ainda muito mais. Acredito que o amor verdadeiro é muito mais do que isso, e que um dia também o sentirei. 

Com isto não quis falar mal de ninguém. Cada um tem o direito de agir da maneira que entender melhor. Mas deixo-vos isto, e este outro blogue, para que possam reflectir mais um pouco. Com sorte deixarão de pensar tão trivialmente.

Publicado em 23 de Maio de 2013

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

End of the World

Muitas vezes descrito como a grande cascata. O fim do Mundo era o local onde, em tempos idos, as embarcações iam para se naufragar quando chegavam a um dos cantos do planisfério que era a Terra. 

Mas agora a Terra é redonda, como uma bola ou uma laranja, e o fim do Mundo já não é encarado como a recta final numa etapa da Volta ao Alentejo, mas sim como o dia em que esta amora azul explodirá, ou, simplesmente, decidirá acabar com uma praga que a atormenta. Praga essa que se autodenomina de Homo Sapiens Sapiens (que raio de sábio, não acham?!). 

O Armageddon (não, não me estou a referir ao filme com o Ben Affleck e com aquela outra actriz que também aparece no Senhor dos Anéis) um dia irá chegar. Seja por causa de um asteróide ou de um cometa de gigantes proporções, um global killer, como diziam no filme Impacto Profundo. Ou até mesmo por um acto deste "sábio" que, sem nada saber, dirá um dia "ups" e acabaremos todos nas cinzas. 

Esta introdução pouco ou nada terá a ver com aquilo que me fez escrever este artigo. Enquanto olhava para outros blogues – particularmente para o blogue de uma lésbica que me cativou com um dos seus artigos – lembrei-me de um sonho. Muito estúpido, tal como muitos outros que já tive, mas não tão pouco marcante como aqueles sonhos românticos (não, nada dessas cosias que pensam) que davam para vender a Hollywood, e que esta rapidamente os estragaria... 

Neste sonho eu deparo-me com o fim do mundo, e, no momento final, onde não há mais esperança por onde nos agarrarmos, agarrei-me à minha família em frente da televisão. Enquanto fechava os olhos à espera do "BOOM", nada se ouviu, apenas vi um grande clarão. Saí de seguida à rua e vi uns objectos muito estranhos no céu nocturno. 

Volto para casa e vejo na TV dizerem que a Terra tinha ficado em pedaços mas que estranhamente os pedaços continuavam a sustentar vida. Este sonho ficou, a sua estranheza também, talvez eu quisesse dizer a mim próprio que sempre haverá esperança, ou que sempre existirá uma continuação. Mas não o sei, e também não sei porque estou a escrever isto, nem porque o vou publicar, mas já está, e, como costumo dizer, é isso!

Publicado em 22 de Maio de 2013