sábado, 25 de junho de 2005

State of the Nation

Não, não me estou a referir à música dos New Order, se é que alguém chegou lá.

Caro Sr. Eng.º José Sócrates,

Venho por este meio expressar o meu completo descontentamento pela maneira como o Senhor usufruiu do poder, que recentemente lhe foi atribuído, ao ser eleito Primeiro-Ministro.

Apesar de termos evoluído muito nos últimos trinta anos, passamos a vida a queixar-nos. Tristes e frustrados por sermos sempre os últimos nos rankings da União Europeia. Facto agravado com o alargamento para vinte e cinco estados membros, que nos fez baixar de décimo-quarto para décimo-sexto do ranking. 

Contudo, o Senhor não tem feito nada para mudar a nossa maneira de ver as coisas. Aliás, só tem contribuído para que a situação piore. 

O país está deprimido. Ninguém tem vontade para fazer nada, e o Senhor lembrou-se de aumentar o IVA para 21%? 

Compreendo que temos um défice que apenas países como a Alemanha ou a França se dão ao luxo de ter. Tudo bem que passamos a vida a desperdiçar dinheiro em coisas sem grande importância, e muito pouco viáveis. Mas então explique-me como é que o Senhor pode dizer que quer que aumentemos o poder de compra, e que paguemos os impostos todos, quando nos tira o dinheiro e aumenta o preço das coisas? 

É por estas, e por outras, que tenho muita pena em não ter idade para votar. Talvez o meu voto fosse suficiente para pôr mais um deputado da CDU no Parlamento, para ver se este o punha em linha. 

Se continuar com esta sua política de redução de gastos, aumentando o custo de vida, vamos acabar por ver um êxodo de proporções bíblicas dos nossos filhos para outros países, como o Luxemburgo. Lá, os políticos têm tanta consideração pelos cidadãos que os deixam ter impostos baixos, mesmo sabendo que o salário mínimo ultrapassa os mil euros.

Eu, assim como todos os portugueses, espero que esta treta do défice diminua nos próximos anos, e que encontrem algum bom senso para diminuir essas taxas de valores acrescentados nos vossos bolsos. Se não o fizerem, dêem-me um passaporte, pois quero emigrar!

Com sinceridade (bem que me podiam ensinar a terminar cartas em português),

(Perdeu-se assinatura, rubricar aqui)
 

Publicado em 5 de Junho de 2013

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